13.12.07

A esquina das massas

Acho que se o jazz fosse uma comida ele seria um macarrão vivo. Espaguete metrô. Aí com o tempo ele vai saindo do prato, se estendendo pro resto da mesa. O molho é denso, contra-baixo pesadão que faz flutuar os cantores carne moída que se entrelaçam nos fios e pulam pela mesa no maior estilo bebop.
jazz jazz jazz
Vai passando o tempo e vai ficando frio lá fora do prato. Os fios de espaguete vão desacelerando de volta ao prato com todo o bom gosto do finalle. Metrô macarrônico na hora do rush, toda melodia voltando pra casa. O molho esparramado pela mesa vai borbulhando numa bateria sutil e vermelho-tomate, conduzindo os cantores carne moída para o fim da jam session pratesca.
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Todo mundo lá de cima vai diminuindo, tum du dum, diminuindo e indo pro, inda pra, indo virar carboidrato cerebral, na mera sinapse macarrônica dos italianos negros e bochechudos. É o jazz virando a esquina das massas.

.r

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