É preciso calcular, em abstrato, no ar, os valores coloríficos na intenção sempre irresistível de
restituir a realidade –– como se ela própria não fosse construída por valores igualmente aéreos.
O cálculo visa atingir a sensibilidade como que por uma pancada. O azul aqui deve ser vermelho ali.
Esse golpe torna, em alguma medida, a sensibilidade uma comoção pensante. Há algo de impuro
e impossível na mistura. Vejo, sim, eu me vejo vendo o vendo. Uma pancada. Uma, duas. Na testa.
Escorre algo sob pressão. O fluído de alguma engrenagem oculta. Retroalimentação.
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