16.6.12




CARMEN

Não me recordo de sua entrada no filme. Talvez ela brote de algum lugar discreto ou onipresente. Talvez sua delicadeza e violência resida nessa invisibilidade. Ela parece sempre imune aos perigos policiais, mas no fim de tudo é a mais dilacerada por isso. Talvez sua falsa imunidade acabe se convertendo em fragilidade: lhe faltaram os anticorpos específicos.

Flutua por cima e por dentro da narrativa. Um corpo estranho que, segundo a memória que tenho dela, só pode ou ser pureza ou violência plena. Seria a imagem da alienação, da natureza ou do caos?

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