27.10.12

Por outro lado, vários desses personagens de Debret têm um ar distante, de quem se mantém um tanto apartado das circunstâncias. No vendedor de flores, a elegância do gesto talvez justificasse a opinião de historiadores que, como Jeanine Potelet, criticaram Debret por criar uma "[...] imagem sem inquietude nem pesar de negros que compartilham a plenitude serena das figuras antigas". Não me parece falso, no entanto, identificar no gesto estudado uma resposta ao excesso de proximidade decorrente dessas atividades meio promíscuas, em que a necessidade do escravo dava ocasião ao exercício da arrogância dos brancos. Um pouco como o garçom de Sartre, que para manter a liberdade comporta-se como autômato.  
(A forma difícil, Rodrigo Naves, pp. 85-87)

Ora, bolas: O som ao redor!
Pé na bunda dos franceses.

lembrete: não esquecer de mudar tudo.

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