24.8.10

Marcel Proust em seu leito de morte, por Man Ray, 1922
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A fotografia é o advento de mim mesmo como outro: uma dissociação retorcida da consciência da identidade. A loucura profunda da fotografia começa por esse leve mal-estar que se apodera de mim quando "me" olho no papel... Imaginariamente a fotografia representa esse momento muito sutil em que, para dizer a verdade, não sou nem um sujeito, nem um objeto, mas antes um sujeito que se sente tornar-se objeto: vivo então uma microexperiência da morte: torno-me realmente espectro.
- Roland Barthes, A câmara clara, 1980

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