É preciso ter um peso. Uma determinada massa para a nossa atenção. Mas não em matéria literal, pois até mesmo a fumaça pode pesar mais que um elefante.
Trata-se da gravidade da obra –– que não deve ser confundida por ser mais grave que qualquer outra coisa, apenas mais pesada –– que engloba nossa experiência numa duração inversamente proporcional à sua massa: quanto maior a gravidade, mais devagar o tempo passa.
Somos atravessados por diversas gravidades, diversas durações. A arte que gravita por mais tempo é simultânea a outros campos gravitacionais (interferindo neles). Qualquer interferência mostra que tudo é atravessável, nada é puro e fechado. Uma vida equilibrada demais nos faz acreditar que o hábito da imobilidade é a própria definição de nossa natureza, nossa armadura contra a dissolução no outro.
Nada definitivo!
O quanto antes tornarmos a fluidez e a gravidade a origem de nossas experiências, tanto melhor as vivenciaremos. Teremos tempo suficiente para ser atravessado pelas diversas combinações de corpos em relação até uma nova mudança no equilíbrio e assim se faz a avalanche.
Aquilo que atrai nossa atenção de modo devastador: Peso fluído!
27.8.11
For him, the attempt to present something as "real" before it has been experienced –– whether the moisture of a raindrop on the skin or the emotions elicited by a work of art –– is a segregation of the senses. When notions of uncertainty are eradicated and when the representational is deemed a given, our ability to see, understand and experience becomes atrophied.
23.8.11
14.8.11
13.8.11
6.8.11
... pirataria selvagem das crianças, que farão qualquer coisa— fingimento ou sigilo ou representação— para obter qualquer coisa.
— Palmeiras selvagens, W.F.
Construir e brincar com corpos de tempo. Não "mostrar", mas "flanar". Ainda uma narrativa, mas narrativa modulada de fora dela por aquele que imerge nela. Diluição sempre irrepetível. Brincar com o tempo é perceber que o tempo é modulável, desviável. Entre uma "sala" e outra existe um intervalo inventado pela serialização (de narrativa quebrada) dos elementos, pela diferença e pela repetição. O silêncio do não-lugar (espaço vazio) dá lugar aos ecos quando da ocupação dos corpos (espaço com estômago, orelhas e pernas). A galeria morta vive uma composição simultânea de vida, temporalização e imaginação que evidenciam exatamente as limitações do espaço que contém este corpo instalado, vazando para fora.
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