23.6.12
16.6.12
CARMEN
Não me recordo de sua entrada no filme. Talvez ela brote de algum lugar discreto ou onipresente. Talvez sua delicadeza e violência resida nessa invisibilidade. Ela parece sempre imune aos perigos policiais, mas no fim de tudo é a mais dilacerada por isso. Talvez sua falsa imunidade acabe se convertendo em fragilidade: lhe faltaram os anticorpos específicos.
Flutua por cima e por dentro da narrativa. Um corpo estranho que, segundo a memória que tenho dela, só pode ou ser pureza ou violência plena. Seria a imagem da alienação, da natureza ou do caos?
14.6.12
4.6.12
Ivanete Araújo
Horrorizai-vos porque queremos suprimir a propriedade privada. Mas em vossa sociedade a propriedade privada está suprimida para nove décimos de seus membros. E é precisamente porque não existe para estes nove décimos que ela existe para vós. Censurai-nos, portanto, por querermos abolir uma forma de propriedade que pressupõe como condição necessária que a imensa maioria da sociedade não possua propriedade.
Numa palavra, censurai-nos por querermos abolir a vossa propriedade. De fato, é isso que queremos.
A partir do momento em que o trabalho não possa mais ser convertido em capital, em dinheiro, em renda da terra –– numa palavra, em poder social capaz de ser monopolizado ––, isto é, a partir do momento em que a propriedade individual não possa mais se converter em propriedade burguesa, declarais que o indivíduo está suprimido.
Confessais, no entanto, que quando falais do indivíduo, quereis referir-vos unicamente ao burguês, ao proprietário burguês. E este indivíduo, sem dúvida, deve ser suprimido.
(Manifesto Comunista, M•E)
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