Por outro lado, vários desses personagens de Debret têm um ar
distante, de quem se mantém um tanto apartado das circunstâncias. No
vendedor de flores, a elegância do gesto talvez justificasse a opinião
de historiadores que, como Jeanine Potelet, criticaram Debret por criar
uma "[...] imagem sem inquietude nem pesar de negros que compartilham a
plenitude serena das figuras antigas". Não me parece falso, no entanto,
identificar no gesto estudado uma resposta ao excesso de proximidade
decorrente dessas atividades meio promíscuas, em que a necessidade do
escravo dava ocasião ao exercício da arrogância dos brancos. Um pouco
como o garçom de Sartre, que para manter a liberdade comporta-se como autômato.
(A forma difícil, Rodrigo Naves, pp. 85-87)
Ora, bolas: O som ao redor!
Pé na bunda dos franceses.
lembrete: não esquecer de mudar tudo.