27.8.11

É preciso ter um peso. Uma determinada massa para a nossa atenção. Mas não em matéria literal, pois até mesmo a fumaça pode pesar mais que um elefante.

Trata-se da gravidade da obra –– que não deve ser confundida por ser mais grave que qualquer outra coisa, apenas mais pesada –– que engloba nossa experiência numa duração inversamente proporcional à sua massa: quanto maior a gravidade, mais devagar o tempo passa.

Somos atravessados por diversas gravidades, diversas durações. A arte que gravita por mais tempo é simultânea a outros campos gravitacionais (interferindo neles). Qualquer interferência mostra que tudo é atravessável, nada é puro e fechado. Uma vida equilibrada demais nos faz acreditar que o hábito da imobilidade é a própria definição de nossa natureza, nossa armadura contra a dissolução no outro.

Nada definitivo! 
O quanto antes tornarmos a fluidez e a gravidade a origem de nossas experiências, tanto melhor as vivenciaremos. Teremos tempo suficiente para ser atravessado pelas diversas combinações de corpos em relação até uma nova mudança no equilíbrio e assim se faz a avalanche.

Aquilo que atrai nossa atenção de modo devastador: Peso fluído

Um comentário:

Cidadão ³ disse...

o jogo está em tudo que gravita ao redor.